A produção de cacau e a fabricação de chocolate estão profundamente enraizadas na cultura e na economia do Pará. Esta riqueza natural não apenas deleita os paladares de muitos, mas também impulsiona o turismo e gera desenvolvimento sustentável para a região.
Nesse contexto, a prefeitura de Altamira, a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e o Ministério do Turismo (MTUR) têm trabalhado em diferentes ações para o desenvolvimento, aprimoramento e estruturação da Rota Turística “Do Cacau ao Chocolate”. Um esforço conjunto que procura avaliar a infraestrutura de apoio ao turismo e a qualidade das experiências oferecidas aos visitantes. A iniciativa integrada quer promover o desenvolvimento sustentável e econômico da região, destacando o potencial turístico de uma das áreas mais ricas e diversificadas do Brasil.
A Rota Turística “Do Cacau ao Chocolate”, idealizada pela Secretaria Municipal de Turismo de Altamira, oferece aos visitantes uma imersão profunda na cultura cacaueira, desde o cultivo do cacau até a produção artesanal do chocolate. O roteiro inclui, além de Altamira, os municípios de Anapu, Brasil Novo, Medicilândia e Uruará, todos integrantes da Região Turística do Xingu.
Historicamente, o cacau tem uma relevância significativa nas Américas, com registros de seu uso pelas civilizações indígenas pré-colombianas. No Brasil, o Pará foi pioneiro na produção de cacau no século XVII, sob ordens de Portugal. Nos anos 1970, o cultivo intensificou-se com a chegada de migrantes em busca de novas oportunidades econômicas. Atualmente, o cacau amazônico é reconhecido mundialmente por sua alta qualidade e características únicas, resultado do solo fértil e do clima da floresta tropical.
A coordenadora Geral de Produtos e Experiências Turísticas do Ministério do Turismo, Fabiana Oliveira, enfatizou o papel do Pará como líder na produção de cacau no Brasil. “Esse diferencial será aproveitado para desenvolver o turismo de toda a Região do Xingu, atraindo visitantes e impulsionando a economia local por meio da visitação às empresas rurais que trabalham com cacau e chocolate artesanal. Durante a visita técnica, fornecemos informações sobre projetos e ações do MTUR que possuem convergência com os municípios visitados e elaboramos um diagnóstico turístico visando impulsionar a Rota ‘Do Cacau ao Chocolate’ no mercado nacional”, afirmou Oliveira.
A rota é composta por oito empreendimentos que proporcionam roteiros específicos de visitação turística. As experiências permitem que os visitantes se envolvam com as comunidades locais e apoiem a produção agrícola sustentável, gerando emprego e renda na região. A visita às fazendas de cacau, muitas vezes geridas por famílias há gerações, é uma das principais atrações. Os turistas participam de caminhadas pelas áreas de cultivo, aprendem sobre técnicas de plantio, colheita e manejo sustentável, e vivenciam a colheita dos frutos para degustação das sementes.
O roteiro segue para as áreas de fermentação e secagem, onde os métodos tradicionais utilizados pelos produtores locais são explicados. As caixas de fermentação exalam um aroma intenso e característico, enquanto as sementes de cacau secam lentamente ao sol. A importância desses processos na definição do sabor e qualidade do chocolate é detalhada pelos condutores.
O ponto alto da rota é a visita aos ateliês de chocolate artesanal, onde os turistas acompanham os processos de transformação do cacau em chocolate e participam de degustações. A variedade de chocolates e outros produtos à base de cacau é uma experiência sensorial marcante.
Hugo Almeida, gerente de Estruturação dos Destinos Turísticos da Setur, destacou a importância das reuniões com os empreendedores locais. “Essas conversas foram fundamentais para entender as necessidades e desafios enfrentados pelas comunidades locais, bem como para discutir possíveis parcerias e programas de apoio que possam contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável regional através do fortalecimento do turismo”, afirmou Almeida.
A colaboração entre a prefeitura de Altamira, o governo do Pará e o MTur é crucial para o sucesso da rota. O trabalho integrado visa não apenas a promoção turística, mas também o fortalecimento econômico e social das comunidades locais, gerando emprego e renda através do turismo sustentável e da valorização da produção cacaueira.
Por Israel Pegado (SETUR)
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