Chernobyl americano: Entenda o ocorrido com trem nos EUA

Moradores de Ohio e de outros estados do leste dos Estados Unidos entraram em alerta sobre possíveis contaminações decorrentes do descarrilamento de um trem no dia 3 de fevereiro em East Palestine, no estado de Ohio, com uma carga tóxica de cloreto de vinila. O caso tem sido chamado de Chernobyl 2, em referência ao acidente nuclear que aconteceu, em 1986, na antiga União Soviética.

A comparação entre o ocorrido na Europa na década de 80 e o atual desastre em território norte-americano decorre do fato de que, em ambos os casos, os fatos foram relatados com atraso e a eles foi dada inicialmente pouca importância. Na época do ocorrido em Chernobyl, por exemplo, o governo soviético proibia qualquer menção ao que havia acontecido e, quando questionado, dizia que o caso era simples.

Já no atual ocorrido nos Estados Unidos, inúmeros cidadãos americanos, incluindo figuras públicas, acusam as autoridades de forçarem os recentes casos de óvnis abatidos sobre o território do país a figurarem nos noticiários como uma tentativa de desviar o foco do que está acontecendo na região do acidente com o trem.

SOBRE O ACIDENTE EM OHIO
Cerca de 50 vagões, incluindo dez transportando materiais perigosos, descarrilaram no dia 3 de fevereiro em Ohio. Ninguém ficou ferido no descarrilamento que os investigadores disseram ter sido causado por um eixo quebrado. Três dias após o acidente, no entanto, as autoridades decidiram liberar e queimar cloreto de vinila dentro de cinco vagões-tanque, lançando no ar cloreto de hidrogênio e o gás tóxico fosgênio.

Uma névoa potencialmente tóxica e odores intensos passaram a ser registrados na área desde o último dia 7 de fevereiro e motivaram, inclusive, a abertura de processos judiciais, além de uma preocupação das autoridades com possíveis contaminações.

Residentes do estado da Pensilvânia entraram com uma ação federal contra a Norfolk Souther, empresa responsável pelo trem que descarrilou na linha Ohio-Pensilvânia. O processo tenta exigir que a empresa garanta um monitoramento de saúde para residentes dos dois estados.

Em paralelo, uma concessionária de água da Virgínia Ocidental, estado vizinho, está aprimorando o processo de tratamento de água como precaução após o descarrilamento. A West Virginia American Water disse, no dia 12 de fevereiro, que instalaria uma entrada secundária no rio Guyandotte, caso houvesse necessidade de mudar para uma fonte alternativa de água.

Os reguladores ambientais têm monitorado o ar e a água nas comunidades vizinhas e disseram que até agora a qualidade do ar permanece segura e o abastecimento de água potável não foi afetado. Mas alguns moradores reclamaram de dores de cabeça e mal-estar desde o descarrilamento.

A companhia ferroviária Norfolk Southern advertiu que a operação poderia liberar vapores “mortais caso inalados”.

Em um comunicado publicado pelo gabinete do governador de Ohio, Mike DeWine, afirmava-se que “o conteúdo de cloreto de vinila de cinco vagões é atualmente instável e poderia explodir”.

O cloreto de vinila é um gás incolor utilizado em uma variedade de produtos plásticos e materiais de embalagem. Quando queimado, pode criar fosgênio, uma substância altamente tóxica utilizada como arma química na Primeira Guerra Mundial.

SEGUNDO DESCARRILAMENTO DE TREM COM MATERIAIS TÓXICOS
Nesta quinta-feira (16), um segundo trem com carga tóxica descarrilou nos Estados Unidos, desta vez na cidade de Van Buren, no estado de Michigan. Mesmo sem evidências de que os vagões com materiais tóxicos tenham sido atingidos com o acidente, as autoridades locais pediram aos moradores da região que não se aproximem do local.

*Com informações AE

Fonte: Pleno News/Foto: Reprodução/Fox 10