O implante da empresa, destinado a permitir que pacientes paralisados controlem dispositivos digitais apenas com o pensamento, encontrou seu primeiro grande desafio durante o teste inicial em um humano.
Na última semana, a Neuralink confirmou que parte do seu primeiro implante cerebral colocado em um paciente humano “apresentou mau funcionamento”.
O teste revelou que os fios do implante, mais finos que um fio de cabelo humano, retraíram do cérebro do paciente, reduzindo o número de eletrodos capazes de decodificar sinais cerebrais.
A Neuralink conseguiu restaurar alguma funcionalidade ajustando o algoritmo para aumentar a sensibilidade.
No entanto, a decisão da empresa de não redesenhar os fios pode levar a complicações adicionais se mais fios se retraírem e os ajustes no algoritmo se mostrarem insuficientes, observou uma fonte à Reuters.
Conhecimento da FDA e redesign de fios
A Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos EUA, foi informada sobre o potencial problema de retração dos fios através dos resultados dos testes em animais incluídos na aplicação da Neuralink para testes em humanos. A FDA se recusou a comentar sobre seu conhecimento ou as implicações da questão, mas garantiu que continuará monitorando a segurança dos pacientes no estudo.
O redesign dos fios do implante poderia apresentar riscos adicionais, como danos ao tecido cerebral se os fios se deslocarem ou se o dispositivo precisar ser removido, segundo duas fontes da Reuters. O potencial para tais complicações destaca os desafios que a Neuralink enfrenta ao avançar sua tecnologia, garantindo, ao mesmo tempo, a segurança dos pacientes.A Neuralink e seus executivos não responderam aos pedidos de comentário da Reuters. As cinco fontes obtidas pela agência de notícias solicitaram anonimato devido a acordos de confidencialidade. Elas forneceram informações sobre as discussões internas da empresa e o processo de supervisão da FDA.
À medida que a Neuralink prossegue com seus testes, os resultados desses contratempos iniciais e os ajustes subsequentes serão cruciais para determinar a viabilidade e segurança da tecnologia para uso mais amplo.
Fonte Reuters
(Imagem: Legally Cute / Shutterstock.com)
Ana Luiza Figueiredo