Fim do acesso gratuito a aplicativos na internet: Operadoras brasileiras passarão a cobrar por serviço

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, Carlos Baigorri, indicou que as empresas de telecomunicações no Brasil caminham para uma nova realidade, na qual o acesso gratuito a aplicativos específicos, como WhatsApp, TikTok e Instagram, pode ser substituído por uma cobrança individual por conteúdo. O presidente abordou o assunto durante a MWC 2024, a principal feira de conectividade do mundo.

Baigorri esclareceu que a prática conhecida como “zero rating”, na qual determinados aplicativos não consomem dados da franquia, não é uma questão regulatória, mas sim comercial. Ele afirmou que as empresas de telecomunicações têm a liberdade de adotar essa estratégia, mas destacou que as operadoras estão buscando uma nova abordagem em meio às mudanças no mercado.

Recentemente, as principais empresas de telecomunicações do Brasil publicaram uma carta aberta reivindicando uma distribuição mais justa dos custos relacionados à infraestrutura de internet. Operadoras como Claro, TIM, Vivo e Algar Telecom pedem que gigantes da tecnologia, como Google, Meta (Instagram e WhatsApp) e Netflix, contribuam para a manutenção e expansão da infraestrutura de internet.

As operadoras argumentam que o aumento do consumo médio de dados por smartphone na América Latina, estimado em quadruplicar para 40 GB até 2028, demandará investimentos significativos, e as receitas atuais não serão suficientes.

Em relação à preocupação dos consumidores sobre o possível aumento de custos, Baigorri reconheceu que a forma como as operadoras comunicarão essa mudança aos clientes é uma incógnita. Ele destacou que a Anatel está conduzindo uma tomada de subsídios sobre os deveres dos usuários de redes de telefonia, aplicáveis tanto a pessoas físicas quanto a provedores de aplicações online.

A movimentação das operadoras brasileiras, como a Claro retirando aplicativos ilimitados de novos planos, indica uma remodelação das ofertas e sugere o fim do modelo de zero rating. As operadoras, cientes dos desafios do 5G e do constante crescimento do consumo de dados, buscam novas estratégias para sustentar seus investimentos em infraestrutura.

 

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