West Palm Beach, Flórida – O presidente eleito Donald Trump ameaçou retomar o controle dos Estados Unidos sobre o Canal do Panamá, acusando o país de cobrar taxas excessivas para usar o estreito centro-americano, que permite que navios façam a passagem entre os oceanos Pacífico e Atlântico.
Em postagem na noite de sábado em sua rede Truth Social, Trump advertiu que não deixará o canal cair nas “mãos erradas” e pareceu alertar sobre uma possível influência chinesa na área, escrevendo que o canal não deveria ser administrado pela China.
A China não controla nem administra o canal. No entanto, uma subsidiária da CK Hutchinson Holdings, sediada em Hong Kong, administra dois portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico do canal, respectivamente.
A postagem foi um exemplo extremamente raro de um líder dos EUA dizendo que pressiona um país soberano a entregar um território. Ela também destaca uma mudança já aguardada na diplomacia dos EUA sob o comando de Trump, que historicamente não tem se esquivado de ameaçar aliados e de usar uma retórica belicosa ao lidar com seus pares.
“As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente sabendo da extraordinária generosidade que foi concedida ao Panamá pelos EUA”, escreveu Trump em sua postagem no Truth Social.
“O canal não foi dado para o benefício de outros, mas meramente como um sinal de cooperação conosco e com o Panamá. Se os princípios, tanto morais quanto legais, desse gesto magnânimo de doação não forem seguidos, exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, na íntegra e sem questionamentos”, escreveu ele.
A embaixada do Panamá em Washington não respondeu a um pedido de comentário.
Os Estados Unidos construíram grande parte do canal e administraram o território ao redor da passagem por décadas. Mas o país e o Panamá assinaram dois acordos em 1977 que abriram caminho para o retorno do canal ao controle total panamenho. Os Estados Unidos entregaram o controle do canal em 1999, após um período de administração conjunta.
Fonte Infomoney
(Reuters)
(Foto: Enea Lebrun/Reuters)