Os cientistas criaram um gigantesco mapa infravermelho da nossa galáxia, com mais de 1,5 bilhões de objetos mapeados. As observações ocorreram durante um total de 420 noites e resultaram em cerca de 200 mil imagens.
O trabalho foi possível graças ao telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy), equipamento do Observatório Europeu do Sul (ESO) especializado em registrar grandes áreas do céu, localizado no Chile.
Através da câmera infravermelha do telescópio, é possível observar o espaço para além da poeira e do gás que permeiam a nossa galáxia, conseguindo capturar a radiação emitida em regiões antes ocultas.
O mapeamento atual registrou cerca de 10 vezes mais objetos do que um mapa publicado pela mesma equipe em 2012.
As conclusões foram descritas em um estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
Trabalho ainda rendeu descobertas
Segundo a equipe de cientistas, também foram feitas descobertas durante o trabalho de mapeamento da Via Láctea. Alguns exemplos são os aglomerados globulares, que são os objetos mais antigos da galáxia, as estrelas hipervelozes, onde o buraco negro supermassivo central expulsa estas estrelas, e as janelas de baixa extinção, que nos permitem uma visão do lado mais distante através de todo o pó e gás.
Destaque também para a visualização das estrelas anãs marrons e planetas flutuantes binários, os objetos menos luminosos conhecidos que não estão associados a nenhuma estrela, além dos objetos variáveis desconhecidos que chamamos WITs, acrônimo para “What Is This?” (O que é isto?).
As descobertas listadas geraram mais de 300 publicações científicas além de 30 teses de doutorado na América do Sul e Europa. O processamento das imagens, análise de dados e exploração científica segue em andamento e pode gerar novos conhecimentos para a ciência.
Fonte Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo
Imagem(Imagem: nednapa/Shutterstock)