Problemas causados por veículos elétricos que não são divulgados no Brasil.
É sempre bom acompanhar o noticiário internacional para saber de assuntos que não são divulgados no nosso país e que as nossas autoridades fazem ‘cara de paisagem’ e fingem desconhecer. Os veículos elétricos que tem encantado o governo com ‘viés’ ambientalista tem causado inúmeros problemas no resto do mundo. Alguns países até escondem os problemas para fortalecer a nova crença ambiental. Além de todos os problemas já atestados sobre os veículos elétricos como as baterias explosivas, os preços, eletricidade insuficiente e falta de infraestrutura de transmissão agora surge um novo problema: destruição das rodovias.
O jornal inglês The Telegraph publicou, em 26/6/2023, a matéria “Danos por buracos causados por carros elétricos são o dobro da gasolina”, com a autoria de Jack Simpson, correspondente de transporte e Alex Clark, editor de projetos de dados. Transcrevo trechos.
“Carros elétricos podem pesar até duas toneladas por causa de baterias pesadas. Os carros elétricos danificam as estradas duas vezes mais do que seus equivalentes a gasolina, mostraram análises, à medida que a crise dos buracos aumenta nas estradas da Grã-Bretanha. A análise do The Telegraph descobriu que o carro elétrico médio mais que dobra o desgaste nas superfícies das estradas, o que, por sua vez, pode aumentar o número de buracos. O país está passando por uma crise de buracos, com metade dos buracos preenchidos no ano passado em comparação com uma década atrás, em meio a um preço estimado de £ 12 bilhões para preencher todos eles.
Órgãos da indústria rodoviária levantaram temores de que os carros elétricos possam agravar o problema em estradas residenciais. O número de carros elétricos em circulação triplicou para 900.000 desde 2019, antes da proibição do governo de 2030 sobre as vendas de novos carros a gasolina e diesel como parte de sua unidade líquida zero. Uma pesquisa separada da Universidade de Edimburgo descobriu que a implantação de caminhões elétricos poderia aumentar os danos às estradas na Escócia em quase um terço. O pesquisador principal, John Low, estimou que poderia custar ao governo escocês e aos conselhos um adicional de £ 164 milhões para manter as estradas se todos os ônibus e caminhões se tornassem elétricos.
No mês passado, um relatório do centro de estudos de centro-direita Center for Policy Studies, que mantém laços estreitos com o governo, levantou a questão de os veículos elétricos causarem mais danos às estradas e sugeriu taxar os veículos com base no peso. Os motoristas da Grã-Bretanha continuam a enfrentar a queda dos padrões das condições das estradas em todo o país.”
O governo brasileiro, a despeito do que vem acontecendo no mundo resolveu incentivar a fabricação de carros elétricos. Pobre da nossa pobre infraestrutura de transportes, as nossas rodovias e ruas carentes de manutenção. A pergunta que fica é: “Porque não incentivar a fabricação de veículos movidos a biocombustíveis e possibilitar a ampliação das áreas agricultáveis e não agricultáveis?”
“Repetir, repetir – até ficar diferente, repetir é um dom do estilo” – Manoel de Barros, poeta mato-grossense (1916-2014)
Gil Reis
Consultor em Agronegócio