Será que desta vez o evento também poderá ser visto aqui do nosso país? Primeiro, vamos entender o que é um eclipse solar anular.
Um eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol lançando uma sombra sobre determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar. Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total. Há ainda um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos eles: o eclipse solar híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023).
O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é coberta pela Lua. Nesse caso, praticamente não há alteração da luminosidade do dia. Por sua vez, o eclipse total se caracteriza quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, fazendo o dia escurecer por completo.
Já o eclipse solar anular é bem parecido com o total, porque a Lua cobre o Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno – o chamado “Anel de Fogo”. Isso acontece porque ela está mais distante da Terra (no apogeu ou próximo a ele), fazendo com que sua circunferência aparente seja menor que a do Sol.
Anel de Fogo formado durante o eclipse solar anular de 2023 em Araruna (PB). Crédito: Marcelo Zurita/YouTube Olhar Digital
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância se alterna entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu.
Onde o “Anel de Fogo” poderá ser visto
De acordo com o site Space.com, o eclipse solar anular de outubro será visível para aqueles dentro de um amplo caminho através do Oceano Pacífico e do sul da América do Sul.
No ponto máximo do eclipse no Pacífico, a Lua cobrirá 93% do centro do Sol, e o “Anel de Fogo” ficará visível por 7 minutos e 25 segundos.
O caminho global do eclipse solar anular do “anel de fogo” em 2 de outubro de 2024. Crédito: Criado e anotado por Jamie Carter usando MapHub.net. Fonte: Esri, Maxar, GeoEye, Earthstar Geographics, CNES/Airbus DS, USDA, USGS, AeroGRID, IGN e a Comunidade de Usuários GIS
Este eclipse solar anular tem um longo trajeto, subindo ao sul do Havaí no Oceano Pacífico Norte e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul no Oceano Atlântico Sul. Essa viagem é de 14.163 km, com o caminho entre 265 a 331 km de largura. Muito pouco dessa trilha atravessa solos, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina na América do Sul dentro do caminho da anularidade.
O “Anel de Fogo” será visível a partir daquela remota ilha vulcânica no Pacífico Sul, a meio caminho entre o Taiti e a América do Sul. Faz apenas 14 anos que um eclipse solar total foi visível de lá, em 11 de julho de 2010.
Cerca de 3.540 km a oeste do Chile, Rapa Nui é o lar de mil misteriosos moais, os remanescentes de uma cultura dos séculos 13 e 16. Empoleiradas em pedestais de pedra chamados ahus, essas figuras humanas esculpidas podem ser encontradas em vários locais da ilha, que está inteiramente dentro do caminho do eclipse.
Apenas 11.600 km do caminho da anularidade cruzam áreas continentais em 2 de outubro, a grande maioria no sul da América do Sul, em dois países em particular: Chile e Argentina – ou seja, não, o fenômeno não será observável do Brasil.
Os principais locais no Chile incluem Cochrane, perto da linha central, e Chile Chico, fora do limite norte, perto da fronteira com a Argentina. Este último seria uma boa escolha para quem quer ver exibições estendidas das contas de Baily, que podem durar alguns minutos.
Na Argentina, um local de escolha em uma região selvagem e vazia poderia ser o Parque Nacional Perito Moreno. Para um eclipse mais árido com as maiores chances de céu limpo em qualquer lugar do caminho, as melhores escolhas são Puerto Deseado e Puerto San Julián, na província de Santa Cruz, na costa atlântica da Patagônia Argentina.
Fonte Olhar Digital
Flavia Correia
Eclipse solar anular do sol em Hofuf, Arábia Saudita, em 2019. Crédito: Matthew Starling – IstockPhoto