A disputa tarifária entre Estados Unidos e China tem provocado consequências globais. Os países são as duas principais potências globais e a paralisação do comércio entre eles gera um cenário de incertezas, aumentando os temores de uma recessão.
Esta é sem dúvida uma batalha de gigantes, mas os chineses apostam em um exército diferente para travar este combate: robôs alimentados por inteligência artificial.
A ideia é aumentar de forma expressiva o uso destes equipamentos em fábricas.
Produtos mais baratos e de qualidade
- A China tem investido pesado na automação das fábricas do país nos últimos anos.
- A principal agência de planejamento econômico do país, por exemplo, anunciou um fundo nacional de capital de risco de US$ 137 bilhões para robótica, inteligência artificial e outras tecnologias avançadas.
- Estes recursos visam reduzir o custo de fabricação dos mais diversos produtos, melhorando também a qualidade do que é oferecido para mercados de todo o planeta.
- De acordo com analistas ouvidos pelo The New York Times, isso pode fazer com que o país não aumente os preços em maio à guerra tarifária, um cenário esperado em função da interrupção de muitas cadeias logísticas.
- Em outras palavras, as exportações chinesas podem ser menos impactadas.
- Atualmente, as fábricas da China são mais automatizadas do que a dos Estados Unidos, Alemanha ou Japão. Pequim tem mais robôs para cada 10 mil trabalhadores de manufatura do que qualquer outro país, exceto Coreia do Sul e Cingapura, de acordo com dados da Federação Internacional de Robótica.
- O impulso de automação foi guiado por diretrizes governamentais e apoiado por enormes investimentos. E à medida que os robôs substituem os trabalhadores, os chineses evitam que o envelhecimento da população diminua sua força de trabalho. He Liang, fundador e executivo-chefe da Yunmu Intelligent Manufacturing, um dos principais produtores de robôs humanoides da China afirma que Pequim quer liderar o setor de robótica, uma área considerada fundamental para as pretensões de futuro do país.
Isso não quer dizer, no entanto, que as fábricas da China não continuem empregando verdadeiras legiões de trabalhadores. Mesmo com a automação, eles são necessários para verificar a qualidade dos produtos e instalar peças específicas, por exemplos.
Para isso, é necessário mão de obra qualificada. As universidades chinesas formam cerca de 350 mil graduados em engenharia mecânica por ano, assim como eletricistas, soldadores e outros técnicos treinados. Em comparação, as universidades dos EUA formam cerca de 45 mil engenheiros mecânicos a cada ano.
Não se sabe exatamente como vai terminar a mais recente disputa entre China e Estados Unidos. Mas é inegável que Pequim está preparada para o cenário, projetando o que espera ser o futuro de uma economia global liderada pelo país.
Do Olhar Digital