Um levantamento da Folha de S. Paulo, com base na Lei de Acesso à Informação, revelou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram ao menos 154 voos em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) entre 2023 e fevereiro de 2025. As viagens ligam, principalmente, São Paulo e Brasília.
A identidade dos passageiros não é divulgada, e parte das informações está sob sigilo por até cinco anos. O governo alega que a medida é para proteger os ministros, principalmente após os ataques de 8 de janeiro.
O uso das aeronaves começou durante o governo Lula (PT), e o próprio STF foi o principal responsável pelas solicitações. A prática segue amparada por normas que permitem o transporte de autoridades além do presidente da República.
Alexandre de Moraes é um dos ministros que mais utilizam os voos. Ele mora em São Paulo e é professor da USP. Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, liderou o número de viagens em 2024, com 215 registros.
Em alguns casos, as esposas dos ministros também embarcaram nas aeronaves, como aconteceu com Moraes e Gilmar Mendes. Os registros desses acompanhantes também não são detalhados.
O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou o sigilo das informações, citando motivos de segurança. Já o Ministério da Justiça afirma que os ministros enfrentam “gravíssimas ameaças”.
Especialistas em transparência criticam a medida. Para eles, o sigilo antes da viagem pode até ser justificável, mas os dados deveriam ser divulgados depois que o voo ocorre.
Do Pleno.News