Apesar das investigações, esquema de manganês ilegal continua em atividade no Pará. Empresários vivem nababescamente.

Às vésperas do final do ano, os moradores do edifício “City Bay”, confirmaram que a Polícia Federal esteve novamente no condomínio de luxo do empresário Jamil Silva Amorim, responsável pelo esquema milionário de minério de manganês que ainda ocorre no município de Marabá, no sudeste paraense, aos olhos das autoridades. O magnata do manganês ilegal no Pará não parou de operar e transita livremente no setor, segundo a polícia.

Apesar da apreensão de mais de 30.000 toneladas de minério ilegal de manganês de propriedade de Jamil Amorim ocorrida nos últimos meses do ano de 2024, e da constatação da emissão de Notas Fiscais frias, o grupo fez na virada do ano de 2024, festas de luxo que desafiam a Polícia Federal e a Polícia Civil do Estado.

Bastou a PF deixar o imóvel, dois dias antes do Natal, que o emprsário retornou ao Pará e deu uma festa de requintes em seu apartamento, o que ocorreu entre “amigos íntimos” da mineração, que teria sido “regada a espumantes e whiskys importados”.

Segundo as informações de investigadores, agora, as reuniões de negociata do grupo ocorrem diretamente na residência do empresário, conforme o entra e sai do prédio, relatado pelos moradores.

O que mais chamou atenção é que seu testa de ferro e frequentador assíduo do condomínio, Juscelino Kubstchek Pereira da Silva, conhecido como “JK”, não fez diferente de sua chefia e também esbanjou um réveillon de luxo em Fortaleza, bancando fiéis do grupo, em festa privada, sem demonstrar preocupações com as apurações em curso, onde seu nome aparece como um dos maiores responsáveis pelo esquema que conta com uma rede de integrantes, com atribuições bem divididas, desde a exploração, transporte e venda no mercado interno e exportação.

Apesar do cerco das “Notas Frias” ter sido fechado pela PF em Barcarena, no Maranhão e Amapá, o grupo comandado por Jamil Amorim continua extraindo minério a céu aberto no município de Marabá, na famosa mina do “Dão”, e o comércio segue firme com a conhecida siderúrgica de Sete Lagoas (MG), além de movimentar o próprio mercado interno de Marabá, com uma grande siderúrgica da cidade, o que demonstra que os investigados não temem as autoridades e não fazem questão de esconder a vida luxuosa que eles e a família levam, sob o mote da mineração ilegal no Estado.

A Polícia Federal continua suas investigações em inquérito próprio e a empresa Mineração Três Marias, de propriedade de Jamil Amorim, já não conta com licença ambiental e já não possui título minerário, pois a SEMAS e a ANM cancelaram as licenças ambientais e minerárias, diante das irregularidades cometidas pelo grupo.

Ainda assim, as explorações não param, o comércio continua e as transações de venda correm à solta.

O que o grupo não esperava, era que o Centro de Perícias Científicas fosse na área, anteriormente licenciada, em Marabá e de onde supostamente saía o minério, conforme as Notas Fiscais emitidas, havendo a constatação de que a área estava intacta, o que desarticulou a fraude, diante da emissão das Notas falsas e ante a ausência de exploração efetiva do local, ou seja, exploravam minério em área diversa da licença.

Destemido, o grupo continua com a exploração de manganês sem licença, em área clandestina que precisa ser alvo de interdição pelos Órgãos de controle. Segundo as apurações, existem muitos envolvidos no esquema que já é conhecido pelos prejuízos incalculáveis causados ao Estado do Pará e que alimenta uma cadeia ilegal de exploração de minério de manganês, sustentando rotinas de luxo e ostentação pública.

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