A Petrobras pode ser forçada a reajustar os preços da gasolina e do diesel nos próximos dias, devido à recente valorização do dólar, que alcançou R$ 6,16 na tarde de quinta-feira (2). A cotação do petróleo tipo Brent está em US$ 75 por barril, mas a alta do câmbio tem sido o principal fator de pressão, já que o petróleo é negociado em dólar, tornando-o mais caro quando convertido para reais.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços praticados pela Petrobras estão significativamente defasados em relação à paridade internacional.
Gasolina: 10% abaixo da paridade, representando uma defasagem de R$ 0,29 por litro.
Diesel: 18% abaixo da paridade, com uma defasagem de R$ 0,62 por litro.
A estatal não reajusta o preço da gasolina há quase seis meses e mantém os valores do diesel inalterados há mais de um ano, o que intensifica a pressão sobre sua política de preços.
O dólar mais forte encarece as importações de combustíveis e pressiona os custos no mercado interno. A defasagem atual pode comprometer a competitividade de importadores, reduzindo a oferta no mercado e aumentando os custos para a Petrobras.
Apesar da resistência a reajustes, a estatal pode precisar alinhar os preços à paridade internacional para evitar prejuízos financeiros e equilibrar sua política de preços com as condições globais do mercado de petróleo.
Qualquer aumento no preço dos combustíveis terá impacto direto na inflação e no custo de vida, além de implicações políticas, dado o peso dos combustíveis na economia brasileira.
Fonte Hora Brasília
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles