Câncer de colo de útero está com os dias contados

A cada 83 minutos, uma mulher morre de câncer de colo de útero no Brasil. As vítimas têm, em média, 45 anos e diagnóstico tardio. Mas isso pode mudar!

Neste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou métodos moleculares mais precisos do que o papanicolau para detectar a doença.

“Um exemplo é o teste de DNA-HPV, que identifica o material genético do vírus e prevê lesões malignas dez anos antes que elas surjam”, explica o ginecologista Júlio Cesar Teixeira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O especialista é coautor de um estudo que avaliou a aplicação do teste em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Entre 2017 e 2022, foram rastreadas mais de 20 mil mulheres, das quais 29 desenvolveram câncer.

A boa notícia: 83% delas descobriram em fase inicial, com alta chance de cura.

A pesquisa foi publicado no respeitado periódico Scientific Reports e teve apoio da Roche Diagnóstica.

Não ignore o papanicolau!
Enquanto os testes moleculares não chegam a todas as unidades de saúde, o papanicolau continua sendo o método mais confiável para detectar o câncer cervical.

No início, ele é feito anualmente, por dois anos consecutivos. Caso os resultados deem negativo, a mulher passa a fazê-lo a cada três anos. Em comparação, quando não são observadas alterações, o exame molecular só é refeito a cada cinco anos, tamanha a sua precisão.

Adesão à vacina contra o HPV
Dose única é adotada no ano em que se celebra uma década do imunizante no SUS

Os primeiros dez anos da inclusão da vacina contra o papilomavírus humano no Programa Nacional de Imunizações (PNI) foram marcados por muitos percalços relacionados à aplicação do produto. Contudo, no início de dezembro, o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil está muito perto de cumprir a meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a entidade internacional, para que a transmissão do patógeno seja freada, o ideal é que 90% das crianças e adolescentes de 9 a 14 anos estejam com o imunizante em dia.

Por aqui, 85% dos jovens nessa faixa etária já foram vacinados.

Entre 2022 e 2023, houve um crescimento de 42% nas doses aplicadas. O salto se deve principalmente à maior procura pela vacina para a imunização de meninos, que aumentou 70%. Entre as meninas, público que já tinha uma alta taxa de vacinação, a busca cresceu 16%.

Para aumentar as taxas de proteção, o Ministério da Saúde optou por adotar, a partir deste ano, a dose única nessa faixa etária. A picada está disponível no SUS e previne lesões e tumores no útero, na vagina, no ânus, no pênis e na garganta.

Por que aplicar
Fórmulas protegem contra doenças sorrateiras

Corpo blindado
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, 90% dos casos de câncer por HPV são evitados por vacinas.

Meta ousada
Quase 50 milhões de casos de câncer cervical podem ser prevenidos até 2100 com imunização em massa.

Mitos persistentes
Desinformação é o principal fator que impede a população, inclusive os jovens, de se proteger do papilomavírus.

Não só para elas
Homens fazem parte do ciclo de transmissão do HPV e desenvolvem cânceres. Por isso, devem ser vacinados.

Fonte saúdeabril.com
Por Larissa Beani
precocemente (Dercílio; Ilustração: Rodrigo Damati/Veja Saúde)