O SERVIÇO MISSIONÁRIO É DE DEUS E O MISSIONÁRIO, NO MUNDO, SEGUE AS ORDENS DETERMINADAS, NÃO TEM CADEIRA CATIVA, NEM CÁTEDRA E NEM IGREJA FIXAS
Depois da divulgação pela imprensa de irregularidades que teriam sido cometidas pelo Pastor Lourival Matos Pereira, presidente da Catedral da Família, localizada na Rua Barão de Igarapé-Mirim, no bairro do Guamá, em Belém, as quais são investigadas pelo Ministério Público Federal, pelo Banco Central do Brasil, via Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, e pela direção nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma série de providências foi adotada pelo missionário com vistas a promover sua defesa.
Segundo informações coletadas pela reportagem, as ações começaram por uma reunião a portas fechadas, onde quem entrava era obrigado a deixar seu celular na recepção. Nesse encontro, Lourival Pereira teria afirmado que é “vítima de perseguição”, mas que jamais “entregaria a Catedral da Família sem lutas”.
Lourival Pereira aponta que encontrou o templo em humildes instalações e que o transformou na potência que desponta atualmente sem, entretanto, informar que recebeu milhões da direção nacional da instituição religiosa para dar início às obras da Catedral.
Conforme as informações, Lourival Pereira não presta contas dos ganhos financeiros da Catedral, já possui estação de rádio FM, empresas, holdings e propriedades em seu nome e em nome de terceiros, caracterizando a evasão de rendas e a chamada “lavagem de dinheiro”, escondida em nome das empresas de sua propriedade, fatos estes que levaram às suspeitas e formalização de investigações pelo Ministério Público Federal, protocoladas sob o número 241014150428C343A95294 e os dados dos mais de 20 processos na Justiça que constam de informações contra o pastor no Jusbrasil.
A redação já procurou entrar em contato com o Pastor Lourival Matos Pereira, porém, ele parece inacessível até para se defender, mas há uma série de questionamentos feitos pela sociedade e membros da Igreja Quadrangular para serem respondidas pelo missionário:
- Sobre a gestão financeira:
- Por que os relatórios financeiros da igreja não detalham todas as receitas obtidas nos cultos de domingo? Existe alguma justificativa para relatar apenas um dos cultos e parte dos valores?
- Como o senhor explica a discrepância entre os valores arrecadados nos eventos realizados na igreja e a ausência de prestação de contas desses recursos?
- Qual é a origem dos recursos utilizados para a aquisição de imóveis em nome da igreja e os imóveis em seu nome? Esses recursos foram obtidos exclusivamente por meios pessoais ou têm relação com os fundos da igreja?
- Sobre empresas e holdings:
- Por que o senhor optou por registrar empresas e holdings em nome próprio e de familiares, considerando que líderes religiosos geralmente evitam misturar negócios pessoais com questões ministeriais?
- Qual o objetivo específico das empresas abertas em seu nome? Por que elas não foram declaradas previamente à igreja, que é diretamente impactada por sua liderança?
- Sobre a convenção e as denúncias públicas:
- Se o senhor considera as investigações internas da igreja injustas, por que decidiu expor as averiguações publicamente durante a Convenção Estadual do Pará, em vez de tratá-las dentro da liderança?
- Ao fazer denúncias contra o pastor Josué Bengson, o senhor apresentou provas concretas ou apenas quis desviar o foco das acusações contra si próprio?
- A documentação dos 45 imóveis que o senhor afirmou ter entregue ao Conselho Estadual foi realmente enviada? Se sim, por que não há comprovação de que foi encaminhada ao Conselho Nacional?
- Sobre investigações externas:
- O Ministério Público e o COAF abriram investigações contra o senhor após as denúncias públicas. Como o senhor pretende provar sua inocência diante de tantas evidências levantadas?
- Existe algum motivo para as movimentações financeiras em moedas estrangeiras estarem vinculadas ao seu nome e ao de sua família? Isso não levanta suspeitas de evasão de divisas?
- O senhor acredita que as investigações de órgãos federais, estaduais e da própria igreja são parte de uma “perseguição”, ou existe algum fundamento nas acusações?
- Sobre a relação com a igreja:
- O senhor tentou formar alianças para romper com a Igreja do Evangelho Quadrangular e criar uma nova denominação? Por que um líder religioso buscaria dividir os fiéis em vez de promover unidade?
- Por que o senhor ingressou com ações judiciais contra a Igreja Quadrangular e contra o pastor Mário de Oliveira, que representa a liderança nacional? Isso não configura rebeldia contra a instituição que o senhor representa?
- Sobre ética e transparência:
- Como o senhor justifica o uso do templo da igreja, um espaço mantido pelas doações dos fiéis, para eventos bilhetados sem presta contas e repassar os valores arrecadados para a contabilidade da igreja?
- Como o senhor responde à acusação de que a imunidade tributária da igreja foi utilizada para favorecer negócios pessoais?
- O senhor considera ético continuar exercendo a função de líder espiritual enquanto enfrenta mais de 20 processos na Justiça?
- Sobre a confiança dos fiéis:
- O senhor tem consciência de que as denúncias podem estar comprometendo a confiança dos fiéis na liderança da igreja? Como pretende reconquistar essa confiança?
- O senhor acredita que sua postura pública contribui para edificar a igreja ou para gerar divisões internas e desconforto entre os membros?
- Sobre o impacto das investigações:
- Caso as investigações confirmem irregularidades, o senhor estaria disposto a renunciar à liderança da igreja para preservar sua integridade?
- Se for comprovado que houve desvio de recursos, o senhor estaria disposto a devolver os valores aos cofres da igreja e aos fiéis que contribuíram?
- Sobre caráter e reputação:
- Como o senhor se posiciona diante da afirmação de que sua conduta tem sido incompatível com os princípios de humildade, ética e transparência que se esperam de um líder cristão?
- O senhor acredita que suas ações estão em conformidade com os ensinamentos bíblicos e os valores pregados pela Igreja do Evangelho Quadrangular?
- Sobre seu futuro na denominação:
- Caso a igreja decida destituí-lo de sua função pastoral, o senhor aceitará a decisão ou continuará promovendo divisões e ações judiciais contra a denominação?
POSICIONAMENTO DA IGREJA
Perguntada Assessora de Imprensa da Igreja do Evangelho Quadrangular, Juliana Santos, se havia chegado para a direção nacional da instituição denúncias nesse mesmo teor, dando conta de que o referido pastor estaria sendo investigado pelo Ministério Público do Estado e também pelo COAF do Ministério da Fazenda, por crimes contra a ordem financeira, tributária, desvio e lavagem de dinheiro e outros.
Resposta da Assessoria de Imprensa da Igreja do Evangelho Quadrangular Nacional foi a seguinte:
“Informamos que todas as denúncias referentes aos membros do ministério da Igreja do Evangelho Quadrangular que são encaminhadas ao Conselho Nacional de Diretores de nossa instituição são mantidas em sigilo até que sejam analisadas e julgadas pelos órgãos do poder judiciário e do governo. Algumas denúncias contra o Pastor Lourival Matos Pereira foram encaminhadas a nossa direção e estão sendo analisadas em sigilo”.
Segundo a assessoria jurídica nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular, “a direção nacional tomou conhecimento de uma série de atitudes efetivadas pelo Pr. Lourival que poderiam prejudicar a instituição e, alerta para essa possibilidade, realizou reuniões locais e passou a solicitar prestações de contas e auditar documentos”.
Em nota à imprensa, a assessoria da Igreja do Evangelho Quadrangular também se reportou aos fatos:
“Informamos que todas as denúncias referentes aos membros do ministério da Igreja do Evangelho Quadrangular que são encaminhadas ao Conselho Nacional de Diretores de nossa instituição, são mantidas em sigilo até que sejam analisadas e julgadas pelos órgãos do poder judiciário e do governo. Algumas denúncias contra o Pastor Lorival Matos Pereira foram encaminhadas a nossa direção e estão sendo analisadas em sigilo”.
Foto: Reprodução