Ministério do Turismo participa de palestra sobre os impactos das mudanças climáticas nos oceanos durante a COP29

A participação do Ministério do Turismo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP29, em Baku, no Azerbaijão, continua a todo o vapor. O órgão esteve entre os participantes da restrita lista de painelistas selecionados a se apresentarem no pavilhão brasileiro da “Blue Zone”, espaço restrito a participantes credenciados pela UNFCCC, incluindo delegações dos países, chefes de Estado, observadores admitidos e a imprensa credenciada. Entre mais de 600 inscrições, somente 64 propostas de painel foram selecionadas, entre elas uma com a representante do Ministério do Turismo.

Especialistas discutiram como as alterações climáticas afetam os oceanos, e como isso reflete na sociedade abordando, inclusive, o chamado financiamento azul, nacional ou transnacional de fontes públicas ou privadas e alternativas que visam apoiar ações climáticas.

O painel “O Nexus Oceano-Clima e a Sociedade” promoveu debates por meio de uma abordagem multissetorial, incluindo cooperação entre estruturas de governança e convenções, colaboração científica global orientada e uma economia azul circular. O objetivo foi promover o desenvolvimento sustentável baseado em princípios de justiça e equidade.

A coordenadora-geral de Turismo Sustentável e Responsável do Ministério do Turismo, Carolina Fávero, representando o ministro do Turismo, Celso Sabino, lembrou que o Brasil tem mais de 8 mil km de área costeira, a maior reserva de água doce do mundo, 35 mil km de vias internas navegáveis, em um país onde, segundo pesquisas, mais de 50% dos brasileiros quando viajam escolhem destinos de sol e praia.

“O mundo sofre diversas ameaças climáticas ao turismo, como a elevação do nível do mar, o aumento da temperatura global, ondas de calor terrestre e marinha, a acidificação oceânica e eventos climáticos extremos”, enumerou. “Tudo com impacto sobre o turismo, como perda de áreas costeiras e impacto sobre o turismo ecológico, por exemplo”.

Para enfrentar esse cenário, a Coordenadora-Geral apresentou algumas iniciativas do MTur, como o Plano Clima de Adaptação Setorial do Turismo e o apoio a projetos de Turismo Responsável e Regenerativo”.

De acordo com o vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), Moacyr Araújo, o aumento no nível do mar é responsável por eventos extremos, como modificação atmosférica que leva a secas na Amazônia e no Nordeste e muita chuva no Sul do Brasil. “Precisamos preservar os recifes de corais e fazer a conservação dos nossos mangues, para que se tornam barreiras de proteção”, afirmou.

Já o diretor de Políticas para a América Latina da Fundação Ellen MacArthur, Pedro Prata, falou da “poluição plástica”, tema que será debatido dentro da Organização das Nações Unidas (ONU) na convenção marcada para dezembro, na Coréia. O objetivo é criar uma convenção internacional para frear a proliferação da poluição plástica, inclusive no ambiente marinho.

Por Fábio Marques/MTur

Créditos: Equipe MTur