Teve início nesta quinta-feira, dia 14, a Cúpula do G20 Social no Rio de Janeiro. Organizada pela presidência da República, a cúpula é pioneira na história do fórum, com destaque para a ampliação da participação da sociedade civil. Com o pavilhão Futuro Ancestral, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) leva ao evento a defesa da demarcação das terras indígenas e da proteção dos territórios tradicionais para a conservação ambiental e o equilíbrio climático do planeta. Além do pavilhão, o MPI também organiza mesa de debate e Feira Indígena com produtos da sociobiodiversidade.
O evento antecede a reunião dos líderes do G20, programada para os dias 18 e 19, com a presença dos chefes de Estado dos 19 países membros, somados à União Africana e à União Europeia. O documento final da Cúpula do G20 Social vai reunir recomendações da sociedade civil para as tratativas internacionais.
A ministra Sonia Guajajara defendeu o potencial da diversidade sociocultural dos povos indígenas brasileiros para as soluções aos desafios globais. “Assim como são diversas as nossas culturas, também são múltiplas as soluções indígenas para os desafios que se apresentam no G20. É preciso pautar novas perspectivas que se contrapõem aos modelos de desenvolvimento atuais. Estamos presentes na Cúpula Social do G20 para ressoar ao mundo a nossa pluralidade e reafirmar a importância dos territórios indígenas para a continuidade da vida no planeta”, disse a ministra do MPI.
Futuro Ancestral
Localizado na Praça Mauá, próximo ao Museu do Amanhã, o pavilhão Futuro Ancestral estará aberto para visitação pública. O pavilhão traz aos participantes uma experiência imersiva e sensorial, dividida em três fases, que vão expor o papel dos territórios indígenas para o equilíbrio climático global e para a conservação da biodiversidade.
Cada sala temática engloba uma fase: na primeira, o cenário de degradação ambiental e do avanço das mudanças climáticas. Na segunda, o cenário atual da criação do Ministério e da implementação de políticas públicas efetivas para os povos indígenas e, na última, o cenário de um futuro com a ampliação das demarcações de Terras Indígenas no Brasil, com sua proteção territorial e com a defesa dos direitos dos povos originários. O objetivo é inspirar a reflexão sobre a urgência de proteger os territórios indígenas para a garantia de um futuro sustentável a todos.
Para fomentar a sociobioeconomia, o MPI também realizará a Feira Indígena no G20 Social. A feira terá a participação de 30 expositores, entre produtores rurais e artesãos indígenas, que representarão a diversidade dos povos originários e dos biomas brasileiros. Serão expostos produtos da sociobiodiversidade e peças de artesanato. A feira ocupará o Boulevard Olímpico durante os três dias do evento.
Rumo à COP 30
Na tarde da sexta-feira, dia 15, o MPI estará à frente da mesa de debate “Aldeando a governança global: protagonismo indígena e o futuro das decisões climáticas”. A mesa, que também é aberta ao público, será realizada na sala 25 do espaço Kobra, das 16h às 18h. A atividade reunirá representantes de diferentes ministérios e do movimento indígena para discutir estratégias de fomento à participação indígena em espaços de negociação da agenda climática global.
“Essa é uma oportunidade para discutirmos a contribuição indígena para a governança global, para o desenvolvimento sustentável e para o combate à fome”, disse Eloy Terena, Secretário-executivo do MPI. Eloy participa da mesa junto com o diretor de Fomento Florestal no Ministério do Meio Ambiente, André Aquino, e o diretor de Assistência Técnica no Ministério da Cultura, Thiago Rocha Leandro. Em suas exposições, apresentarão os esforços do Governo brasileiro e as iniciativas em curso no Governo para qualificar e ampliar a participação indígena, até a COP 30.
Como representantes do movimento indígena, integrarão o debate Kleber Karipuna, que é coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e Jozileia Kaingang, diretora executiva da Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA).
Diversidade e participação social
A diversidade tem lugar central na organização do G20 Social, criado para ampliar a participação popular, representativa de diferentes realidades brasileiras. Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, o evento reunirá mais de 270 atividades autogestionadas, propostas e organizadas pela sociedade civil organizada. Entre os temas contemplados nas atividades, estão justiça ambiental, enfrentamento ao racismo e ao colonialismo, defesa da vida e da Mãe Terra, entre outros.
O evento contará com plenárias para cada eixo prioritário do G20: “Combate à fome, pobreza e desigualdades”, “Sustentabilidade, mudança do clima e transição justa” e “Reforma da governança global”. No último dia, 16 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrega o documento final para Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano que assumirá a presidência do G20 em 2025. Acesse a programação completa da Cúpula do G20 Social.
Serviço:
Pavilhão Futuro Ancestral
Aberto à visitação pública entre 14 e 16 de novembro
Local: Praça Mauá, em frente ao Museu do Amanhã
Mesa “Aldeando a governança global: protagonismo indígena e o futuro das decisões climáticas”
Data e horário: sexta-feira, dia 15, das 16h às 18h
Local: na sala 25 do espaço Kobra
Feira Indígena
Aberta ao público, entre 14 e 16 de novembro
Local: Boulevard Olímpico