Agrovilas e cidade de Garrafão do Norte sofrem com descaso da prefeitura em relação às pontes

Uma série de denúncias envolvendo a prefeita municipal de Garrafão do Norte, Maria Edilma Alves de Lima e o e o pré-candidato a prefeito, por ela indicado, Marcones Farias do Nascimento, é alvo de investigações pelo Ministério Público do Estado do Pará, que apura notícias de desmandos com a chamada “coisa pública” no concernente à prática de nepotismo, escândalos em licitações, improbidade administrativa com os precatórios referentes à Educação, falta de médicos no Hospital e Maternidade Manoel Gonçalves Eufrásio e abandono das comunidades residentes nas agrovilas do município. Nossa reportagem esteve na cidade, que fica no nordeste do Pará, região do Guamá, distante 242 quilômetros de Belém. Ali, a equipe visitou as agrovilas, o hospital municipal, fez imagens das pontes, conversou com moradores e procurou a sede da Prefeitura, onde falou com um funcionário, identificado por Cleison, o qual informou que a prefeita está de licença médica depois de uma pequena cirurgia no braço.

A maratona da equipe começou pelo longo trecho de estrada vicinal que liga a sede do município com as agrovilas da região do Louro, onde estão as comunidades agrovilas de Arapuã Cimeira, Trapiche, Resplendor, Passo da Onça e Água Vermelha.

Há dois caminhos, um por Garrafão, e o mais utilizado, pelo município de Nova Esperança do Piriá. São 80 quilômetros de poeira, buracos, pontes de madeira em estado precário. A comunidade do Louro é a maior de todas. A área, segundo informações do T.R.E (Tribunal Regional Eleitoral), representa um dos maiores colégios eleitorais do município, com cerca de quatro mil eleitores. O destino principal era a comunidade do Arapuã, onde está a Ponte do Resplendor.

DRAMA

A Ponte do Resplendor é dada como toda pronta em concreto, no entanto, há anos, não passa de um conjunto de madeirame destruído, onde dois ônibus escolares enterraram os rodados. Ninguém saiu ferido, mas o susto foi grande e os homens da localidade é que se esforçaram do jeito que foi possível para empurrarem o veículo que, por pouco, não caiu rio abaixo.

O local fica bem em frente a um balneário que poderia ser explorado como ponto turístico, mas não há como chegar ali em função das dificuldades de acesso e dos perigos da estrada vicinal e das pontes.

Segundo informações dos líderes da comunidade, Milson Vale e José do Carmo da Silva Lobato, mais conhecido por Anselmo, os políticos só aparecem ali na época de pedir votos. Garrafão do Norte tem 11 vereadores, mas nenhum jamais compareceu no Arapuã para ver a situação em que cerca de 200 famílias vivem. Produtores de milho, arroz, feijão, mandioca e pimenta-do-reino, eles não têm como escoar a produção em razão da péssima condição em que se encontra a ponte que, afirmam, está no orçamento de R$ 16 milhões em licitação para a construção de pontes em concreto no município pela prefeitura. Indagam onde está esse dinheiro e por que a ponte não foi efetivamente construída até o momento, mas é dada como pronta.

PESQUE E PAGUE

Outra ponte que teria sido construída pela prefeitura e que provoca as mesmas perguntas em relação à verba licitatória fica na cidade de Garrafão do Norte, à Travessa Campos Sales, bairro da Bela Vista. Há três anos, a passagem está interditada. Há poucos dias, a prefeitura começou umas escavações e colocou na área alguns tubos, o que significa, segundo moradores, que a água do rio passará pelo meio dos tubos e que por cima passará o asfalto, sem ponte, sem nada. Ainda conforme as informações, a verba da licitação seria para a construção de três pontes de concreto no município.

OUTRO LADO

Procurada, a Prefeitura de Garrafão do Norte, na pessoa de um funcionário público que disse se chamar Everson, explicou apenas que a ponte do Pesque e Pague, na cidade, foi construída e levada pela forte correnteza. Acrescentou que tubos serão colocados no local e que a via, a Travessa Campos Sales, será asfaltada.

O mesmo funcionário não soube dar maiores informações acerca do que acontece com a ponte do Resplendor, na agrovila de Arapuã, na chamada região do Louro.

Foto: Ronabar Comunicações