O governo da França autorizou, nesta terça-feira (9), testes com táxis voadores durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris. De acordo com a AFP, o Ministério dos Transportes do país consentiu ainda a criação de uma plataforma flutuante que permitirá a decolagem e a aterrissagem dos veículos no rio Sena, o mais importante do território.
Conforme decreto do governo francês, a plataforma flutuante irá operar até 31 de dezembro deste ano;
O horário de funcionamento será das 8h às 17h (horário local) e, devido ao projeto não ter conseguido a tempo uma autorização da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), os voos serão inicialmente gratuitos;
O número de voos será limitado, não podendo ultrapassar o limite de dois por hora e o total de 900 ao longo de toda a experiência;
O objetivo é aproveitar os Jogos Olímpicos (26 de julho a 11 de agosto) para demonstrar a viabilidade de um novo modo de transporte em áreas urbanas densas com dispositivos verticais de decolagem e aterrissagem (VTOL);
O projeto é realizado pelo grupo Aéroports de Paris (ADP) com a empresa alemã Volocopter, que fabrica o Volocity;
A prefeitura de Paris, no entanto, não aprovou a experiência, e deve entrar com recursos para derrubar a autorização. A oposição classificou o projeto como “aberração ecológica”.
A Câmara Municipal de Paris irá estudar a possibilidade de ação judicial contra o decreto, conforme anunciou à AFP o gabinete da prefeita Anne Hidalgo.
Segundo o assistente de mobilidade urbana para a cidade de Paris, David Belliard, o governo “não tem qualquer legitimidade democrática e continua a ir contra o Conselho de Paris” — referindo-se ao resultado das eleições francesas, que ocorrem no último domingo (7). O bloco centrista de Emmanuel Macron saiu derrotado pelo bloco de esquerda.
Vale pontuar que o projeto já sofreu várias críticas, incluindo um parecer desfavorável após um inquérito público de fevereiro.
Em setembro do ano passado, a autoridade ambiental também considerou incompleto o estudo de impacto da futura base experimental de táxis voadores prevista no Sena, conhecida como vertiporto. A preocupação tem base na poluição sonora e visual, além do consumo de energia e o risco para a segurança dos passageiros.
Em rebate às críticas, a ADP e os seus parceiros ressaltaram em outra ocasião a utilidade dos dispositivos para o transporte médico de emergência (pacientes ou transplantados), mas também na corrida pela inovação.
Fonte Olhar Digital
Tamires Ferreira