O Google confirmou ao The Verge, na quarta-feira (29), a autenticidade dos 2,5 mil documentos internos vazados que trazem detalhes sobre como o algoritmo do mecanismo de busca da big tech funciona.
O Google confirmou a autenticidade de 2,5 mil documentos internos vazados que detalham o funcionamento do algoritmo do mecanismo de busca. Os documentos fornecem uma visão inédita, embora ainda limitada, sobre o sistema;
Os documentos revelam que o Google monitora dados que podem ser usados pelo algoritmo de classificação, embora a empresa enfatize a cautela na interpretação dessas informações, que podem estar fora de contexto ou desatualizadas;
Especialistas em SEO, Rand Fishkin e Mike King, foram os primeiros a repercutir a existência dos documentos vazados, que sugerem que o Google pode usar dados de cliques e usuários do Chrome, o que contradiz declarações anteriores da empresa;
As milhares de páginas servem como um repositório de informações para funcionários do Google, mas não está claro quais dados são realmente usados na classificação de conteúdo de busca. Além disso, as informações podem ser antigas ou usadas apenas para fins de treinamento.
Os documentos em questão detalham o monitoramento de dados feito pelo Google – dados esses que podem ser usados pelo algoritmo de classificação, protegido a sete chaves. Assim, oferecem uma espiada sem precedentes, embora ainda nebulosa, sobre um dos sistemas mais importantes que moldam a web.
“Recomendamos cautela ao fazer suposições imprecisas sobre a Busca com base em informações fora de contexto, desatualizadas ou incompletas”, disse o porta-voz do Google, Davis Thompson, ao The Verge num e-mail. “Compartilhamos extensas informações sobre como a Busca funciona e os tipos de fatores que nossos sistemas consideram, enquanto também trabalhamos para proteger a integridade de nossos resultados contra manipulações.”
Documentos vazados revelam (algumas) ‘engrenagens’ da Busca do Google
google
Documentos vazados oferecem espiada no funcionamento do algoritmo da Busca do Google
A existência do material vazado foi inicialmente descrita pelos especialistas em otimização de motores de busca (SEO) Rand Fishkin e Mike King, que publicaram análises iniciais dos documentos no início desta semana.
O material vazado sugere que a big tech coleta e (possivelmente) usa dados que os representantes da empresa disseram não contribuir para a classificação de páginas na Busca do Google, como cliques e dados de usuários do Chrome.
As milhares de páginas de documentos atuam como um repositório de informações para os funcionários do Google, mas não está claro quais partes dos dados detalhados são realmente usadas para classificar o conteúdo de busca.
google search
Informações dos documentos vazados sobre a Busca do Google podem estar desatualizadas e descontextualizadas
Ressalva importante: as informações podem estar desatualizadas, serem usadas estritamente para fins de treinamento ou coletadas, mas não usadas especificamente para a Busca. Os documentos também não revelam como diferentes elementos são ponderados na busca, se é que são.
O Google geralmente é reservadíssimo sobre como seu algoritmo de busca funciona, mas esses documentos vazados – juntamente ao recente depoimento no caso antitruste do Departamento de Justiça dos EUA – dão mais clareza sobre o que a big tech considera ao listar sites nas pesquisas dos usuários.
Pedro Spadoni
(Imagem: Tada Images/Shutterstock)