Imagens captadas pelo olhar do fotógrafo e artista Alexandre Baena já passaram por Brasília e seguem para as demais regiões, encerrando em Belém e Juruti
Em um trabalho do fotógrafo e artista Alexandre Baena, o Festival das Tribos de Juruti (Festribal), tradição cultural do oeste paraense, é tema de uma exposição que vai passar por todas as regiões do Brasil. Brasília, no Distrito Federal, região Centro-Oeste, foi a primeira capital a receber a mostra, denominada “Juruti – Festival das Tribos”, entre os dias 20 e 23 de fevereiro, no Senado Federal.
As próximas cidades contempladas serão Porto Alegre (RS), na região Sul; Vitória (ES), no Sudeste; Salvador (BA), no Nordeste, e Manaus (AM), Belém e Juruti, na região Norte. A exposição tem apoio financeiro e logístico do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur).
A exposição aborda a identidade dos povos originários enfatizada no Festribal, evento que ocorre no último final de semana de julho no município de Juruti, oeste paraense. “Foram dois meses de pré-produção, e durante o Festribal de 2023 as fotos foram produzidas. A curadoria das imagens foi um processo bem detalhado, onde busquei o balanço entre as tribos Munduruku e Muirapinima, criando uma narrativa que fosse pensada na experiência que vivi no Tribódromo, valorizando os detalhes que prenderam a atenção das minhas lentes”, explica Alexandre Baena.
“São 14 telas que viajam o Brasil. Em Brasília foram 16, mas já entregamos as telas do Senado Federal e do Ministério das Cidades. São sete telas Muirapinima e sete Munduruku. Tudo em perfeito equilíbrio”, afirma o fotógrafo.
No Festribal, as etnias Munduruku (vermelha e amarela) e Muirapinima (vermelha e azul) se encontram em um duelo artístico, realizado no Centro Cultural da cidade, mais conhecido como Tribódromo. Alegorias cênicas, dança e cantos indígenas regem o espetáculo a céu aberto, que recebe um público estimado em 5 mil pessoas.
Essências – “Em cada imagem eu busco a essência de quem está no meu foco, o lado humano da personagem, o êxtase e a conexão com a sua verdade. Neste caso, uma busca por uma ancestralidade e o olhar que revela uma mensagem de força, e montando imagens que retratam cenários do imaginário coletivo das duas tribos, carregados de significados e com a presença forte do apelo tão atual de preservação do meio ambiente e de valorização dos povos originários”, ressalta Alexandre Baena.
De acordo com o secretário de Estado de Turismo, Eduardo Costa, “o Festribal é um importante instrumento de fomento ao turismo na região, de ampla participação popular, que incentiva a expressão artística e contribui para a difusão da cultura e para o desenvolvimento regional, contando com elementos indígenas, da fauna local e musicalidade própria. É hoje uma das maiores manifestações culturais do Estado do Pará, agregando criatividade, originalidade e autenticidade, além de valorizar a produção artesanal, o turismo, a cultura indígena, os artistas locais e regionais, dentre outros”.
Em decorrência da grandeza do evento, há uma participação da maioria da população de Juruti no evento, gerando postos de trabalho.
O Festival Folclórico das Tribos Indígenas de Juruti é considerado Patrimônio Cultural do Pará pela Lei Estadual nº 7.112, de 19 de março de 2008, e reconhecido como Patrimônio Cultural do Município de Juruti, pela Lei Municipal nº 1.010, de 23 de setembro de 2011.
Calendário da exposição “Juruti – Festival das Tribos”
Porto Alegre (RS) – 01 a 21 de março, no Centro Cultural Pinacoteca Barão de Santo Ângelo
Vitória (ES) – 02 a 22 de abril, no Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado
Salvador (BA) – 07 a 22 de maio, no Museu Eugênio Teixeira Leal
Manaus (AM) – 04 a 20 de junho, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia
Belém (PA) – 01 a 15 de julho, no Museu de Arte Sacra
Juruti (PA) – 26 a 31 de julho, no Tribódromo
Por Israel Pegado (SETUR)